terça-feira, 1 de março de 2011

casas de massagem???!!!


Os anúncios nos classificados dos jornais são pequenos e discretos em conteúdo. Geralmente, trazem apenas códigos para indicar sua intenção. Aos olhos dos não-iniciados trata-se apenas de profissionais treinadas em massagem sueca, tailandesa e relaxante. O único contato é um número de telefone. Mas basta para atrair homens interessados em mais do que uma simples massagem nas costas. Toda a discrição se faz necessária na hora de negociar um hábito milenar praticado por homens e mulheres: o sexo, acompanhado de óleos aromáticos, lubrificantes, essências e tudo o que uma legítima casa de massagem tem a oferecer.

Em tempos de crise financeira, que vêm provocando impotência e ejaculação precoce em escala global, as páginas dos jornais continuam recheadas de anúncios das casas de massagem com variados estilos. Ao mesmo tempo em que se tornaram alternativa de trabalho para uma legião de meninas libidinosas para todos os gostos e bolsos – o que provoca a ira dos massoterapeutas de carteirinha –, parece que as “clínicas” também se transformaram em um verdadeiro oásis de prazer sem limites, onde a nuvem depressiva e crônica não faz chover. Prova disso é o frenético entra-e-sai de rapazes curiosos, de homens em busca de safadezas e de senhores que ainda beijam nas mãos das moças.

Como não podia deixar de ser, as casas de massagem só abrem suas portas para homens, aspecto primordial do negócio. Moças, só a trabalho. A palavra prostituição, que pode gerar várias implicações, principalmente com a polícia, nunca é pronunciada. Mesmo que, para os serviços, as profissionais cobrem de R$ 50 a R$ 150 por atenção exclusiva, dentro de suítes com decoração sugestiva. Na Clínica, instalada na parte comercial na Avenida Senador Salgado Filho, no Centro de Porto Alegre, a decoração, com “ares do Oriente”, não peca pelo exagero. Lá, trabalham três massagistas. Moças do interior, entre 20 e 25 anos, que tentam ganhar a vida na capital. Mesmo com um expediente duro, que vai das 10h às 22h, o clima é de descontração.

A proprietária da clínica, uma morena de 28 anos, que se apresenta como Roberta, não esconde que a especialidade das moças é o sexo, mesmo que antecedido de um esforço manual, chamado de massagem relaxante, praticado sobre um futon (acolchoado japonês), e de doses de chá de camomila. Na recepção da casa de massagem, que possui duas acanhadas suítes, o ambiente é invadido por um suave som de água corrente. “É para relaxar. Nossa clínica tem esse diferencial. Tentamos criar um clima de relaxamento para que o cliente chegue ao prazer total. Tudo com muito carinho”, diz a moça, que está no ramo há três anos.

Com certa experiência no ramo, Roberta garante que o sexo é o principal atrativo das casas de massagem. Quem separou o pecado da carne do prazer da massagem não sobreviveu. A tentativa não vingou nem nos bairros nobres da capital, onde se esperava uma atitude masculina mais aberta com relação aos tratamentos terapêuticos. “É muito difícil convencer o homem a gastar dinheiro numa massagem. O homem busca o prazer, mas acompanhado do sexo. Está na natureza dele. Diferente da mulher, que completa sua experiência prazerosa com serviços estéticos e terapêuticos. E nem adianta criar um espaço muito chique e cheio de afetação”, ensina a moça, referindo-se a uma clínica exclusivamente para o público masculino, instalada num ponto nobre de Porto Alegre.

Depois de um período curto de sucesso, o espaço, voltado para o homem “disposto a eliminar os tabus e velhos preconceitos”, como dizia a apresentação, fechou as portas. “Até temos alguns clientes que buscam só a massagem. Mas o número é insignificante e eles próprios acabam passando do limite e cedendo aos encantos das massagistas”, garante a moça, que se apresenta como Mariana e dona da Clínica Relax, também instalada proximo ao Centro. Assim como as concorrentes, a clínica oferece massagem – tailandesa e relaxante. Mas, como diz a proprietária, com voz sensual, no final, esse homem que procura as casas de massagem quer é gozar. “Ele busca a liberação de alguma maneira. Aí, vai depender de quanto está disposto a pagar. E dinheiro para o sexo parece que não falta nunca”, comemora a empresária.

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