quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Verdade ou Mentira?

Existem algumas máximas sobre sexo que algumas pessoas insistem em dizer. Vamos desmitificá-las...


Masturbação causa doenças Não causa nada. Antigamente, até os médicos achavam que a masturbação era a causadora de distúrbios mentais e de outras várias doenças. Tranquilizem-se. A masturbação não cria pêlos nas mãos, nem espinhas e nem causa doença alguma. Os médicos hoje afirmam que masturbar é uma prática saudável e até necessária para o desenvolvimento das pessoas.

O tamanho do pénis é importante Não não é. O homem para dar prazer a uma mulher, tem que saber estimular o clitóris dela, que é o órgão de prazer feminino e que está localizado logo acima da entrada da vagina. O que pode acontecer é que algumas mulheres ficam muito lubrificadas durante as preliminares e na hora da penetração podem achar que um pénis não tão avantajado, não está a preencher totalmente a vagina. Pode acontecer o contrário também. Uma mulher que fique menos lubrificada pode sentir dificuldades em receber a penetração de um homem com um pénis muito grande. A verdade, é que cada casal tem que encontrar o seu ritmo e as posições certas para acertarem essas diferenças que não devem interferir na vida sexual.

Uma Mulher boa na cama atinge o orgasmo rapidamente Só se for nos filmes e novelas, onde apenas dois minutos bastam para que a mulher sinta um orgasmo. Pura ficção. A mulher demora mais tempo do que o homem para atingir o orgasmo e é bom que ela saiba que não vai ver fogos de artifício nessa altura. Para quem ainda não sentiu um, não pense também que esse momento poderá passar despercebido. Quando se tem um orgasmo, sabe-se que está a ter um, pois a sensação é de prazer intenso. Isto é válido tanto para homens como para mulheres. Quando acontece, o corpo passa por algumas transformações: a respiração acelera, o coração bate mais forte, fazendo com que a pele fique ruborizada, o fluxo sanguíneo aumenta na região genital, o suor e calor aumentam e a pupila dilata-se e na mulher, a vagina se contrai seguidamente. Para que essa sensação deliciosa de prazer aconteça na mulher, é preciso que ela tenha sido bastante excitada pelas carícias do homem e que tenha tido uma estimulação directa ou indirecta no clitóris. Já para os homens, geralmente a própria penetração é o suficiente para que eles atinjam o orgasmo.

O esperma é sujo O esperma não só não é sujo, como comprovadamente contém proteínas. O sabor é adocicado e o cheiro costuma ser parecido com o cloro. Segundo alguns relatos, o cheiro pode ficar alterado quando o homem ingere muita bebida alcoólica antes do acto sexual. Definitivamente, não é sujo.


A vagina cheira mal
Grande mentira também. Cada mulher tem o seu cheiro característico. A maioria dos homens dizem que o cheiro da vagina corresponde a maresia, aos frutos do mar. A vagina e toda a região genital da mulher, quando limpa e livre de qualquer infecção, tem um odor muito especial para os homens. Se querem saber, no oriente, existem muitas mulheres que passam o dedo nas suas vaginas e depois passam atrás de suas orelhas e pescoços para saírem com seus parceiros, pois sabem que eles ficam altamente excitados. Se duvida, é só experimentar. O

sexo anal é muito doloroso
O sexo anal só é doloroso se a mulher não estiver relaxada. Em primeiro lugar, ela tem que estar com vontade de o fazer, senão não relaxa. A mulher não tem medo só da dor que o sexo anal possa lhe causar. Na verdade também tem receio do que possa sair do seu ânus ao fazer o sexo anal. Uma boa recomendação é estar com os seus intestinos vazios antes de fazer o sexo anal, até para não sentir nenhum desconforto. Se serve como alívio, as mulheres devem saber que os homens não estão nem um pouco preocupados com isso, tamanha é a tara que eles têm nos rabos das mulheres. O homem que é um perfeito amante, consegue fazer com que a mulher fique à vontade e com vontade, pois a área em volta do ânus é extremamente sensível e erógena e quando estimulada sem pressa, causa um prazer muito grande à mulher. Outra coisa, é usar um lubrificante adequado, de preferência à base de água. Só o passar lentamente das mãos do homem, com um lubrificante, faz com que o prazer vá aumentando. Ao mesmo tempo que o homem estimula o ânus, ele deve estimular o clitóris da mulher, pois se ela estiver bastante estimulada, isso fará com que ela esteja mais relaxada e atenta ao próprio prazer, além de querer mais. Algumas mulheres preferem ser bastante estimuladas primeiro no clitóris e quando estão a sentir o orgasmo, deixam o seu parceiro penetrar-lhes por trás. O homem ao começar a introduzir o pénis no ânus da mulher, deve fazê-lo lentamente pois caso a mulher se contraia causará dor e pode assim ficar com receio de ser magoada e querer parar. Portanto, o homem não pode ser bruto nessa altura mas sim, uma boa dose de paciência e carinho, para desfrutarem juntos de um novo prazer.


Não fazer sexo se estiver na menstruação Pura estupidez. A maioria das mulheres sentem-se muito mais excitadas quando menstruadas. A menstruação pode limitar algumas práticas, como o sexo oral, por exemplo, mas isso não quer dizer que não se possa fazer sexo. Existem homens que têm repulsa pela menstruação, sem saber que o fluxo menstrual não tem nada de sujo. E algumas mulheres não demonstram estarem com vontade de ter relações nesses dias, por receio de serem recusadas pelos seus parceiros. O sexo pode ser maravilhoso quando uma mulher está na menstruação, portanto, é preciso acabar com esse tabu e experimentar para saber.

O homem não gosta de ser tocado no ânus Outro preconceito. O homem tem a mesma sensação que a mulher tem ,quando acariciado à volta do anus. O que acontece é que muitos homens têm receio de que a mulher ache que ele não é muito másculo por isso. Um homem inteligente e sem preconceitos sabe que isso é mais um estimulante e mais uma fonte de prazer.

A Pílula do Dia Seguinte



Esclarecendo o que é mito e o que é verdade quando se trata do contraceptivo de emergência:

1- a pílula do dia seguinte pode ser tomada até 72 horas depois da relação

Verdade. Depois do incidente você tem, no máximo, três dias para checar se estava no período fértil ou não, buscar orientação e adquirir a pílula. São dois comprimidos: um a ser tomado de preferência nas primeiras 24 horas, quando sua eficácia é maior, seguido de outra dose após 12 horas.

2- a pílula funciona como um abortivo

Mito. Ela age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozóide com o óvulo. Agora, se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado. Caso o ovo já esteja implantado, ou seja, já tenha iniciado a gravidez, a pílula não tem efeito algum.

3- preciso de receita médica para comprar a pílula

Verdade. Embora seja possível adquiri-la nas farmácias sem prescrição. No entanto, mesmo que você dispense a receita, procurar por orientação antes é indispensável. Só um ginecologista poderá dar certeza de que o medicamento é indicado para o seu caso.

4- ela pode causar efeitos colaterais

Verdade. O mais freqüente deles é a alteração no ciclo menstrual e do tempo de ovulação. Em outras palavras, vai ficar impossível calcular seu período fértil e o dia da sua menstruação será um verdadeiro enigma. Além disso, dor de cabeça, sensibilidade nos seios, náuseas e vômitos são sintomas comuns. No caso de vômito ou diarréia nas duas primeiras horas após a ingestão, a dose deve ser repetida. Quem tem organismo sensível a medicamento e está tomando a pílula com indicação médica deve pedir a indicação de um remédio contra enjôos para tomar ao mesmo tempo.

5- não há contra-indicação

Mito. A pílula é contraindicada para quem sofre de alguma doença hematológica (do sangue), vascular, é hipertensa ou obesa mórbida. Isso porque a grande quantidade de hormônio pode provocar pequenos coágulos no sangue que obstruem os vasos.

6- se eu tomar repetidas vezes, ela perde o efeito

Mito. Ela não perde o efeito, mas o risco de você engravidar aumenta. Normalmente, ele já é de 15% se você tomar depois de 24 horas de transar, contra uma média de 0,1% da pílula anticoncepcional comum.

7- posso trocar a camisinha pela pílula

Mito. Nem pense nisso. A pílula deve ser tomada apenas quando o método contraceptivo escolhido falha. Além de apresentar efeitos colaterais muito mais severos que a pílula comum, e ser bem mais cara (custa em média 16 reais), o contraceptivo de emergência não a protege das doenças sexualmente transmissíveis. Contra elas, só mesmo a boa e conhecida camisinha.

Homens e Mulheres. O que um deve saber sobre o outro.


Todo homem deveria saber que as mulheres...
...têm dificuldades para compreender a necessidade masculina de silêncio e solidão. ...não precisam de conselhos quando estão deprimidas, mas sim de carinho e apoio. ...muitas vezes discutem para defender seu direito a se aborrecer. O que elas querem é compreensão. ...tornam-se mais conscientes de suas necessidades emocionais quando as necessidades financeiras estão satisfeitas. ...buscam no amor: carinho, compreensão, respeito, devoção e validação. ...precisam que o amor que lhes é devotado seja reafirmado com frequência. ...sentem-se desrespeitadas quando seus parceiros se deprimem com suas queixas ou histórias tristes. ...sentem-se inseguras e abandonadas quando seus parceiros ouvem suas histórias sem dar uma opinião. ...crêem que não precisam pedir nada, porque um homem apaixonado "descobre" as necessidades da parceira. ...falam muito, na tentativa de estabelecer e fortalecer vínculos. ...tendem a se ressentirem e a se sentirem exaustas quando não são acalentadas. ...podem se envolver com problemas alheios para se esquecer dos próprios. Para as mulheres, compartilhar problemas é sinônimo de afeição. ...não devem ser consideradas frágeis ou "pegajosas" por precisarem dar e receber carinho e apoio com mais frequência. ...tendem à tensão e à culpa quando se sentem cobradas. ...têm sua capacidade de dar e de receber amor como um reflexo de como elas se sentem em relação a si mesmas. Se não estiverem sentindo-se "ótimas" consigo mesmas, poderão não se mostrar "tão" apaixonadas pelo parceiro.

Toda mulher deveria saber que os homens...

...têm dificuldades para diferenciar "empatia" de "simpatia". E detestam que sintam pena deles. ...precisam se afastar às vezes, e ficar em silêncio. ...geralmente sentem-se responsáveis quando suas mulheres dizem que estão infelizes. ...alteram periodicamente suas necessidades de intimidade e autonomia. ...buscam no amor: confiança, aceitação, apreço, admiração, aprovação e encorajamento. ...sentem-se pressionados demais quando são a única fonte de amor e apoio da companheira. ... sentem-se mal-amados quando elas tentam mudar seu comportamento. ...sentem-se depreciados quando elas reclamam de coisas que eles não fazem e quando elas lhes dizem o que fazer. ...têm seu ego fortalecido e amadurecem emocionalmente quando são aceitos como são. ... ficam mais dispostos a discutir quando cometem um erro ou magoam a mulher que amam. ... lutam por um sucesso cada vez maior porque crêem que isso os fará merecedores de amor. ...supõem que dão todo o apoio necessário, já que elas não pedem mais. ... fazem o contrário do que as mulheres desejam, se elas pedirem com autoridade. ... ficam bem mais dispostos a dizer "sim" se têm a liberdade de dizer não. ...tornam-se mais participativos se suas parceiras não se ressentem quando eles dizem "não". ...dão o melhor de si quando suas parceiras demonstram confiar neles.

O Salto Alto e o Sexo

Um estudo feito por uma cientista italiana indica que usar sapato com salto de até 7 cm pode ajudar a relaxar e a fortalecer os músculos da região pélvica, relacionados ao orgasmo.

Maria Cerruto, urologista da Universidade de Verona, examinou durante dois anos 66 mulheres com menos de 50 anos e que ainda não estavam na menopausa para entender a relação entre as diferentes partes do corpo e a região da pélvis.

Os testes foram feitos com mulheres em pé e paradas. A pesquisadora percebeu ao colocar as mulheres num plano inclinado oscilante, que simulava o uso do sapato de salto alto e variava o grau de inclinação, que surgiam diferentes tipos de reflexo na região pélvica.

O estudo demonstrou que usar salto pode provocar o relaxamento da musculatura pélvica, levando a uma contração melhor daquela área.

"Da mesma forma que há ligação entre uma alteração da mandíbula e a postura, do ponto de vista urológico uma diferente posição do tornozelo pode influenciar a atitude do pavimento pélvico", explicou Cerruto em entrevista à BBC Brasil.

Os músculos desta região são conhecidos também como os "músculos do prazer" porque estão diretamente envolvidos no orgasmo.

Altura

De acordo com a pesquisa, publicada na revista especializada inglesa European Urology, o efeito positivo não é maior se o salto for mais alto - é preciso considerar a relação entre o tamanho do pé e a altura do sapato.

"O salto não deve ser superior a 7 cm, isto é, deve haver uma inclinação da articulação de cerca 10 ou 15 graus, porque é preciso que o paciente esteja confortável. Um salto de cerca de 4 ou 5 cm seria o ideal, encontrando um meio-termo entre o bem-estar do pavimento pélvico e o do paciente como um todo", explica Maria Cerruto.

A pesquisadora, de 34 anos de idade, diz que gosta de usar salto alto. Preocupada com informações, nem sempre comprovadas, que ligavam o uso de sapatos de salto a males como a esquizofrenia, ela resolveu procurar algo de positivo no uso do acessório.

"Até agora avaliamos especificamente a esfera sexual, mas sabemos que o uso do salto pode ter efeitos nesta área (da pélvis), com implicações em tudo que se relaciona com a funcionalidade pélvica, como dor, prazer, orgasmo. Seguramente influencia, mas não sabemos ainda exatamente em que termos", afirmou a urologista.

Segundo a estudiosa, as mulheres não têm facilidade para fazer exercícios específicos e estimular esta área do corpo. A seu ver, o uso do salto poderia ser uma solução.

O que é o Exame de Papanicolau?



É o exame que previne o câncer de colo uterino. Deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Se o resultado do exame for negativo por três anos seguidos, a mulher pode fazê-lo de 3 em 3 anos.
Consiste na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório. É um exame simples e barato, porém algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou vergonha. Se você conhece alguma mulher que ainda não faz esse exame, converse com ela sobre sua importância. Lembre-se que a prevenção é sempre o melhor remédio! Nos últimos 50 anos a incidência e a mortalidade por câncer de colo uterino vêm diminuindo, graças às novas técnicas de rastreamento do Exame de Papanicolau. Por isso, ele é um dos mais importantes exames para prevenção da saúde da mulher. É um exame simples, foi criado pelo Dr. George Papanicolau em 1940. O sucesso do teste é porque ele pode detectar doenças que ocorrem no colo do útero antes do desenvolvimento do câncer. O exame não é somente uma maneira de diagnosticar a doença, mas serve principalmente para determinar o risco de uma mulher vir a desenvolver o câncer. Todas as mulheres que são (ou que tenham sido em algum momento) sexualmente ativas e que tenham colo de útero devem fazer o exame, anualmente. A freqüência de realização do exame será estabelecida depois pelo médico, de acordo com os resultados. Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: início precoce da atividade sexual, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade (ter tido vários filhos), antecedentes de doença sexualmente transmissível e falta de higiene pessoal. Ele deve ser realizado, pelo menos, uma semana antes da menstruação. Evitando-se realizar duchas vaginais, colocação de cremes vaginais e relações sexuais três dias antes do exame. O exame ginecológico completo consiste do exame e palpação das mamas e depois o exame de Papanicolau. Faz-se exame externo da vulva e depois se introduz um instrumento chamado espéculo pelo canal vaginal para que se possa visualiza-lo e ao colo do útero (parte final do útero, do qual serão recolhidas as células para exame microscópico). O espéculo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao seu formato. Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o tamanho de cada paciente, o número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o exame e, para elas, existe o virgoscópio, especulo de tamanho especial. Assim, as células do colo do útero são colhidas por meio de uma espátula (haste de madeira) e de uma escovinha bem pequenina. Essas células são colocadas numa lâmina que é enviada para um laboratório especializado em citopatologia. Também é chamado de citologia oncótica, Papanicolau, e fora do Brasil é conhecido como Pap Test ou Pap Smear. O resultado deve ser interpretado pelo médico que deve explica-lo à paciente. O Papanicolau também serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais como nível hormonal, doenças da vagina e do colo do útero. O exame incomoda um pouco. Por isso, é preciso estar relaxada. Quanto mais relaxada, menos incômodo. Este exame também pode ser feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde e também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil. Procure por um Serviço de Saúde da Mulher.

O Sadomasoquismo e o Fetichismo na teoria Lacaniana.


Introdução

Quem colocou o sadomasoquismo e o Fetichismo em destaque entre os psicanalistas foi Sigmund Freud, mas após a sua morte, sua teoria foi modificada, deturpada, adaptada e perdemos o referencial freudiano, teve até psicanalistas que tentaram continuar a aplicação de sua teoria, mas que fugiram de sua essência, exemplo disso foi após a sua visita ao Estados Unidos da América em 1909 e os nova-iorquinos Loewnstein, Kris e Hartmann adaptaram a teoria de Freud ao “American way of life”, já que lá o bem supremo é o sucesso pessoal, promoveram a noção do “Ego-Autônomo” livre de conflitos.

Pequeno Histórico

Jaques Lacan entrou na psicanálise em 1936 e a partir de 1949, formulou o conceito do “Estado do Espelho”, a matriz constitutiva do ego, e definiu o “registro do Imaginário” em relação direta ao que Freud chamava de narcisismo.

Em 1953, Lacan funda a “Sociedade Francesa de Psicanálise” e inicia um estudo profundo da obra de Freud e aproxima-se dos novos pensadores de sua época, como por exemplo Ferdinand Saussure (Suíço) que criou a “lingüística” e quem definiu o “significante” (Imagem da “coisa em si” em forma acústica) e o “Significado” (a coisa em si, conceito representado) e o antropólogo Claude Levi-Strauss com sua concepção estruturalistas, que foi inclusive, um dos participantes dos primeiros seminários de Lacan.

Na teoria lacaniana, teremos a incorporação dessas novas tendências da modernidade de seu tempo, desta forma, Lacan vai buscar uma estrutura para o aparelho psíquico e retomar a importância da linguagem, que para ele é o modo como se capta as necessidades do sujeito, o código e na análise, será uma terceira pessoa entre o analista e o analisando dando fundamental importância a fala e a escuta psicanalítica. O analista possibilita a aparição do desejo mostrando a verdade do analisando.

Mas foi Lacan quem voltou a estudar a fundo a teoria de Freud após sua morte e a partir da década de 50 fez Freud retornar ao seu lugar. Embora, Lacan dizia-se “Mais freudiano que o próprio Freud” na verdade ele criou uma teoria própria, certamente embasada na teoria freudiana, mas que muda completamente o modo de ser do terapeuta, dentro do que Freud preconizava, mas isso é outra história, o importante é localizarmos o BDSM e o fetichismo dentro dessa nova roupagem.

Teoria Lacaniana








Antes de entrarmos na estrutura psíquica, temos que explicar o que é significante e significado (ou signo) para Lacan. Significado é a coisa em si. Significante é algo que aparece em lugar da coisa em si. A estrutura perversa tem a ver com o significante. Vamos ao exemplo considerando um homem que tem o desejo de ser degradado, humilhado e escravo. No nosso exemplo o significante é o masoquismo, isto é, um homem escravo. Desta forma, se espera que o significado seja um homem submisso, servil e humilde. Se o significado é esse ser escravo, ótimo, mas o fato é que não é isso que temos normalmente, pois o homem é um ser livre, que busca ser amado, desejado e honrado, houve um recalque em seu desenvolvimento que separou o significante do significado. Mais fácil ainda é exemplificar o fetichismo, o significante para o pênis (signo) no fetichista é o fetiche (Significante). Desta forma, na nossa vida, o significante tem muito mais valor que o significado. Não importa se eu sou forte, honrado e formoso, o meu significante é de um ser submisso, que necessita ser punido fisicamente e deseja ser escravisado. O recalque foi a causa da não adequação entre significante e significado. Mas ainda não vimos como isso se da na psicogênese e é o que veremos no “Édipo para Lacan”.

A importância da definição de significante está diretamente relacionado com o “Falo” que para Lacan é o significante da falta. Falo é aquilo que produz a sensação de plenitude, de perfeição e que levará ao gozo, não no sentido orgânico (ejaculação) mas no sentido de prazer pleno. Se tomarmos o exemplo do sadomasoquismo, se o masoquista tem um(a) dominador(a) que o aceite, ele tem o falo e se ele tem o falo, ele tem o “Gozo” como sendo objeto do Outro. Uma pessoa que tem o “Gozo” é uma pessoa normal para Lacan. Para o sádico é o mesmo raciocínio. Se o sádico deseja ter uma pessoa para infligir dor, e encontra uma pessoa que aceite sofrer para esse sádico, ele terá o falo e gozará enquanto sádico. Caso alguém ocupe este lugar então, este alguém será o falo. O falo é o significante do desejo do outro. O falo é o próprio signo do desejado.

Mas temos outros dois conceitos fundamentais na teoria de Lacan para a compreensão exata do que estamos falando, que é o gozo e o desejo, que estão interligados, dizemos que se um sujeito realiza o “seu desejo” ele tem o “gozo”. O desejo é o que move, o gozo é a finalização, o fim do desejo.

Desejo esta relacionado com o narcisismo, isto é, naquilo que completa a pessoa, algo que está por vir, algo que falta, então eu sou o ser desejante e o que me falta é o objeto desejado. Na visão de Freud para o complexo de Édipo, o desejo do menino é a mãe, pois Freud diz que a mãe vai prover tudo que falta para o menino, mas para Lacan o desejo existe antes de nascer a criança (e aqui somente trataremos do caso do sexo masculino) o desejo da mãe, isto é, quando nasce o menino, quem é o ser desejante é a mãe. O menino vai ser o que falta para a mãe, vai ser o falo. Mas o falo para Lacan é o significante da falta, não é o signo em si, por exemplo, se pensarmos que o que falta na mulher é o pênis, a criança não é um pênis, mas é o falo, só que para Lacan a criança vai substituir a falta do pênis. Falta do pênis é o significante, falo é a falta do significante, então a criança é o falo.

Vamos dar outro exemplo para que todos entendam o significado de falo. Na teoria de Malanie Klein, a criança deseja o seio da mãe, então na criança existe uma falta, um desejo de algo. A pergunta que lhes faço é se o seio seria o falo para a criança? Resposta é não, pois o seio não é uma representação de “algo” (significante), ela é o próprio signo e não o significante. Desta forma, não é o falo, não é algo que aparece no lugar da falta.

Estrutura psíquica para Lacan

O aparelho psíquico será estruturado por três registros que Lacan vai definir como Imaginário, Simbólico e Real. Todos estão lidados como um nó, que Lacan denominou nó borromeano e se algum desses registros sair do nó (romper) desestrutura os outros, demonstrando a interdependência de cada um entre eles.

“Registro Real” é o próprio sujeito biológico determinado pela genética. A interdependência deste com os outros dois registros é que vai definir e representar o sujeito. “Registro Imaginário” (imagens, matéria prima a partir do qual se estrutura o ego) é a ilusão de autonomia de consciência que corresponde ao que Freud definia como narcisismo. Esse registro vai aparecer nos primeiros contatos com a mão, onde Lacan defino como primeiro tempo do Édipo e que corresponde ao que Freud vão denominar fase oral e fase anal.

“Registro Simbólico”, é o inconsciente condicionado pela linguagem, é a fase onde Freud localiza o “Complexo de Édipo” onde a criança, que aprendeu a se comunicar, vê seus desejos proibidos pela fala do pai: “isso não pode”. Veremos mais detalhes quando falarmos do segundo tempo do Édipo.

O Édipo para Lacan

Lacan vê três tempos distintos do Édipo, o primeiro tempo é a célula narcísica entre mãe e filhos, mas esse narcisismo é diferente do que foi para Freud.

Para Lacan, não é do bebe que tem o desejo, e sim da mãe. A mãe é que deseja ter um bebe que a complete como mulher, ou seja o que o fez querer ter o filho. Ela tem um desejo na mente dela e a criança que nasce tem que atender esse desejo, desta forma, a inter-relação narcísica vem de fora, vem do desejo da mãe. É aqui que vamos entender o sadomasoquismo, pois nessa fase da vida, em que todos nós passamos, vamos estar numa situação masoquista, isto é, nós como bebe, estamos sujeito ao desejo do outro, somos o objeto do desejo do outro. Se a criança pensa que é toda poderosa, que é o filho ideal e que pode tudo, está se iludindo, pois na verdade ela é o que a mãe quer que ele seja, ela é o ego do outro. Ambos tem um gozo, a mãe se completa, pois tem seu desejo realizado, ela tem o falo, desta forma, Lacan distingue o falo em si, a criança, do falo simbólico, a mãe. Ambos estão completos, ambos tem o falo. A criança tem o falo simbólico, que é a mãe e a mãe tem o falo propriamente dito e é aqui que difere de Freud, pois para Freud, o falo é a criança, mas desta forma, a criança não teria um falo? Errado, pois ela também necessita de um falo, ela necessita da mãe. A criança tem um gozo, pois é amada pelo que ela pensa que é, porque ela acha que realmente é tudo para a mãe, o falo da mão, e que mais ninguém irá interferir nessa célula perfeita e completa, a célula narcísica. O fato é que a criança é o objeto do desejo da mãe, e é aqui que vamos entender de onde resgatamos esse desejo do masoquista de ser um objeto do desejo do outro, um súdito incondicional que fará realizar todas os desejos ou frustrações do outro. Podemos concluir que o desejo de ser um objeto nas mãos de outro, tem como fonte de inspiração, essa fase de nosso desenvolvimento, no narcisismo. Freud estudava o narcisismo, mas colocando a criança como o ser que deseja e a mãe como suprindo o desejo do filho. Aqui vimos que é o inverso, a mãe deseja e o filho passa a ser o desejo da mãe e a criança faz o que a mãe deseja.


Neste caso, a mãe é o “Outro” que na teoria de Lacan representa o código, a lei, a linguagem que determina as necessidades. A criança será o que a mãe determinar, o desejo da criança será o desejo da mãe. Na fantasia masoquista, é justamente isso, o sujeito quer ser o objeto na mão do outro, ser o desejo do outro.

A mãe tem outra função nesta relação, além de ser o código, ela é o “outro” imaginário, o semelhante especular com o qual o menino vai se identificar e crê que esse outro é ele.

A perversão consiste em conceber como um menino, em relação com sua mãe, indentifica-se com o objeto imaginário desse desejo, enquanto que a própria mãe o simboliza no falo.

Isso significa que o menino somente será o falo enquanto a mãe o simboliza. Se a mãe não o desejar mais, por exemplo, se nasce um filho mongol, ele deixa de ser falo, deixa de ter desejos, já que como vimos o desejo dele é o desejo da mãe. A existência do desejo da criança depende diretamente do desejo da mãe. Ele é o súdito incondicional que fará realizar todas as suas frustrações. Ela goza do atributo de poder ser a lei do desejo. Nesta relação onde tem alguém frente ao desejo do outro, alguém está sujeito ao desejo do outro, ser objeto de seu desejo. Mas se esse alguém passa a atender o desejo do outro, esse outro está se iludindo, ele se equivale a mãe fálica, tem uma expansão narcísica, mas apenas converteu alguém a imagem e semelhança de seu ego. No amor é muito comum as pessoas se iludirem quanto a isso, imaginam que o ser que ama representa tudo que sonhou, pois o sujeito esta fazendo tudo que o outro deseja, mas está iludido, pois apenas converteu alguém a sua semelhança, ao seu ego. Neste ponto vale a pena colocarmos a dificuldade de um encontro entre masoquista e sádico e para tanto traremos um trecho de uma entrevista com Magno Machado Dias, psicólogo e discípulo de Lacan.

o sádico goza tanto mais quanto menos gozar o seviciado, pois o horror deve estar lá presente. Mesmo porque, se o seviciado começa a gozar muito, parece que o horror vai embora. Do que o sádico vai gozar se o horror acabou? É aí que começam a aparecer as supostas dissimetrias: sádico precisa seviciar o outro que não goza com isso para ele gozar com o horror pelo qual passa o outro diante das suas sevícias.


O masoquista não tem esta sorte do sádico. Por quê? Digamos que ele quer gozar com seu próprio sofrimento, com sua própria humilhação. Mas ele não gostaria que aquele que o faz sofrer, que o humilha, gozasse com isto. Se não, do mesmo modo que no processo sádico, perde-se a graça de estar sendo seviciado a frio. Se o outro goza, ele goza como sádico, então estraga a posição do masoquista. Esta seria a idéia que aparece
em Lacan, em Deleuze, como em outros autores. Ora, é uma posição um pouco mais difícil a do masoquista e é aí que Deleuze fala em contrato. Ele precisa fazer um contrato a frio com o outro, pois este não está gozando com isso e vai realizar as sevícias que realizar sobre o masoquista a partir do cumprimento de uma palavra: “Contratei com você, e só porque contratei vou massacrá-lo para você gozar, mas não tenho nada com isso, não sinto nada com isso, estou apenas seguindo o nosso trato, cumprindo a minha palavra”. Afinal de contas, como o masoquista poderia gozar se estivesse lidando com o não-sádico e não o convencesse a operar aquela situação sem interesse específico? Ele precisa oferecer um interesse secundário. Há um pagamento em jogo. Cumprir o contrato é uma forma de pagamento.

• P – Mas o masoquista não pode ter como parceiro um sádico, pois este não vai cumprir o contrato.
- “Me bate!” – “Não!”
• P – Ou então vai bater além. A questão do masoquista é muito bem recortada. Há que dizer tal palavra, que fazer tal gesto, que se vestir de tal maneira, e só se pode ir até certo ponto.

Mas isso é o cenário. Pode variar extremamente. Quero insistir no fato de que, se o masoquista precisa fazer contrato, é porque, por exigência interna de seu próprio processo de gozo, ele não pode esperar do outro que o sadismo esteja presente. Vamos modificar um pouco a coisa. Não é porque ele não goza se o outro gozar. Isto não é verdade. Basta ter um pouco de experiência para saber. Podíamos, por exemplo, trazer aqui e perguntar a essa tal autora que foi aí citada. É uma coisa de que tenho certeza. Criou-se esse modelito que é inteiramente literário e não tem a ver com a realidade dos comportamentos e dos gozos que podemos colher como depoimento ou como presença (dependendo da experiência de cada um). Por quê? Se o masoquista precisa de contrato, na medida em que não há garantias de que o outro vá gozar com isso, o sádico não precisa, pode impor isso ao outro, estando este disponível ou não. É o óbvio ululante que está no pensamento de Deleuze. Mas o que quero objetar é que isto não é conditio sine qua non do funcionamento nem do sadismo nem do masoquismo. ” “Registro Simbólico”, é o inconsciente condicionado pela linguagem, é a fase onde Freud localiza o “Complexo de Édipo” e é aqui que Lacan representa o segundo tempo do Édipo na sua teoria, isto é, quando temos a entrada do pai na cena narcísica. O pai intervém privando o menino de seu objeto de seu desejo e priva a mãe do objeto fálico. Ocorre a castração simbólica. A teoria da Castração é retomada em três momentos por Lacan. Lacan começa colocando a substituição do trauma – trauma que, para Freud, foi substituído pelo conceito propriamente dito de Castração e, mais especificamente, pelo de recalque. Lacan, neste momento, prefere ver, no nível do falante, o desmame como efeito do recalque e, onde se lia trauma, Lacan passa a ler desmame, efeito de recalque e associa o trauma à foraclusão, associa o trauma à eclosão da psicose, ou, como é dito por ele ali, textualmente, a reconversão do Narcisismo em objeto.

Então, a Castração provoca uma equivalência entre o Pai Imaginário e o Ego. Portanto, a Castração, para Lacan, é a equivalência entre o Pai Imaginário, o Pai-Ideal e o Ego. Em jargão lacaneano: falta simbólica + objeto imaginário. Esta é a posição de Lacan sobre a Castração em 1957.”

“Em 1964, … Lacan está preocupado, ali, em distinguir os efeitos da Verdrängung, recalque originário, dos efeitos da Verwerfung, foraclusão do Nome do Pai. Então, ele vai recorrer a Aristóteles, à “Lei das Quatro Causas”. Tiquê é o “encontro faltoso com o Real” e, este “encontro faltoso com o Real” é que teria a ver com aquilo que Freud, redenominando com o “trauma histérico” e o outro com o “trauma do nascimento”, tentou dar conta e não conseguiu, que é a própria categoria de trauma. Este “encontro faltoso com o Real” comparece sempre em lugar deslocado, diferente no nível da Verdrängung, do recalque originário, diferente da Verwerfung, da foraclusão do Nome do Pai, porque o Real, nesta última, comparece sempre no mesmo lugar. Então, quem faz com que esta repetição se dê, mas sempre em outro lugar, é o autômaton, que nada mais é do que a redefinição do automatismo de repetição e que tem, para Lacan, a estrutura da pulsão. A partir daí, Lacan vai-nos fornecer uma outra visão, que só será consolidada nos anos 70, que trata dos efeitos da Castração. A Castração seria efeito, neste momento de sua obra, do Édipo, que se passaria no 4o tempo da Estrutura, porque ela converteria a identificação viril, o Pai Simbólico, o Gozo Fálico vigente no Édipo no Pai Imaginário do Pai-Ideal, do Pai Imaginário. Aí seria colocada a grande questão clínica da Psicanálise, que é a questão do Real do Pai, que é um conceito fundamental na Clínica de Lacan”.

“Real do Pai não é Pai-Ideal, e não é Pai-Real, que é ou Privador na perversão, ou Severo na psicose. Real do Pai é a possibilidade ou não de fazer luto do Pai-Ideal, e esta possibilidade só existe na Neurose. Se o incesto é proibido, então o sujeito é interditado em relação ao incesto e, portanto, o sujeito é privado do incesto. Isto é Castração, para Lacan”.

Já na perversão, no sentido fetichista, ao desmentir (déni) este Pai-Ideal na sua forma histérica – porque o fetichista parte do objeto fobígeno e este objeto fobígeno se caracteriza pela evitação prévia da angústia, por ser “sentinela avançada” contra a Angústia, não admitindo, em momento algum, a evidência do Desejo insatisfeito, criando, então, uma Fantasia universal da Fantasia Sádica, para fazer deste fetiche a suposição de “satisfação” deste objeto. Assim, ele nem recorre à possibilidade de fazer luto do Pai-Ideal e de suas “inconveniências”, que são: a Angústia de Castração e o Desejo insatisfeito.”

Para complementar a psicogênese do fetiche, que significa que inconscientemente não existe castração, isto é, a renegação da castração, já que ele quando criança nega que a mãe não tem pênis e depois na adolescência ele no inconsciente, vai re-negar a falta do pênis, vamos tomar literalmente o texto de Bleichmar (1984) sobre como isso ocorre na psicogênese que é o mesmo raciocínio para entendermos o sadomasoquismo.

“Em sua constituição houve, então: a) um deslocamento, algo conectou-se associativamente com o genital e se estendeu a supervalorização a esse algo; b) a castração ficou renegada e afirmada, o eu está cindido. C) Relacionada com o anterior, produziu-se uma transformação – realização de desejos: o que era uma ausência – o falo – ficou transformado em presença, o fetiche. Realizou-se um desejo que não é a alucinação do falo…no caso do fetichismo, é a ausência vivida sobre a base de uma presença ilusória.”

Não vamos nos aprofundar em conceitos básico, pois não caberia neste resumo, mas é bom que o leitor esteja atento a relação entre renegação e clivagem e a diferença entre renegação com repressão.

No segundo tempo do Édipo de Lacan, a criança percebe que a mãe é castrada e pode buscar o falo no pai. Percebe que ela se submete ao pai. Nesta situação, todos estão castrados. Temos a representação do pai interditor. Teremos então:

1) Substituição do poder da mãe pela lei
2) Determinação que o menino deixa de ser falo e passa a ser falo simbólico

Temos a interdição do incesto (o amor do menino pela mãe) a lei que ordena a vida, que Lacan vai definir como “O Nome do Pai”, significante que inscreve na subjetividade do menino a função do pai simbólico e promove a instauração da lei, quando a criança percebe que ele não é só da mão, mas a mãe tem outro desejo, isto é, seu pai. Esta fase é a mais importante para nós, pois é aqui que Lacan vai situar a perversão.

Aqui surgem dúvidas a respeito do pai arbitrário e despótico, se ele vai ser o castrador. A resposta é não, pois não teremos a castração. Mãe e filho passam a ser escravos de seus desejos. A célula narcísica não se torna em ferida narcísica.

Voltando ao texto de Mendança: “Real do Pai não é Pai-Ideal, e não é Pai-Real, que é ou Privador na perversão, ou Severo na psicose.”

Finalmente entramos no terceiro tempo do Édipo em Lacan, na resolução do complexo de Édipo propriamente dito.

Aqui temos a identificação do pai ideal, mas esse pai que a criança toma conhecimento, tem dois papeis, um de ser o personagem que vai direcionar o menino para a vida, para a cultura, para a possibilidade de escolher sua parceira no futuro. O outro papel, é o personagem que é dono da mãe, que é o desejo da mãe, que é seu rival no amor da mãe, mas a aceitação do incesto. Tiramos a representação do falo da criança, isto é, a criança não é mais o que completa a mãe, pois a mãe quer ter o amor do pai. Aqui a perversão ocorre quando a criança desmente o pai ideal. Não admite o desejo insatisfeito e cria a fantasia universal da fantasia sádica.

Devemos observar que sexo é diferente de desejo. Sexo é imaginário anatômico e desejo é da ordem da fantasia. Para Lacan é gozo. Para Lacan, o sintoma de qualquer problema psíquico, passa pela indentificação de um gozo particularizado para o sujeito no inconsciente. O sintoma psíquico é a expressão do simbólico no real e que está relacionado com a vida pessoal dapessoa e não é fixo ou estereotipado. Desta forma, cada um tem um único sintoma e um sentido particular para cada sujeito. Não existe causa e efeito.

Conclusão

Vimos que a teoria da estrutura psíquica de Lacan nos remete diretamente as teorias de castração e do complexo de Édipo formulada de Freud e que Lacan amplia esse conceitos, tornando a mãe e o pai como determinantes na relação. Destacamos a situação da mãe constituindo-se nesse relação com o menino, já que o menino é o falo da mãe, logo ela se constitui e vimos que as origens das fantasias sadomasoquistas está nessa fase da vida, no narcisismo, na relação mãe e filho.

A psicogênese ocorre no recalque, que vai separar o significante e o significado quando não há adequação. Desta forma, não é diferente do que Freud nos apresenta em relação ao sadomasoquismo e do fetichismo. Mas Lacan nos traz algo novo, uma estrutura fixa, o nó borromeano, onde cada uma das representações tem sua função, o real, o imaginário e o simbólico. Como vimos, se no simbólico, o masoquismo e o fetichismo é o que representa o desejo para o Gozo, e se estiver de acordo com os outros registros, então não existe problema. Vimos que a psicogênese do masoquismo e do fetichismo esta no mesmo plano, isto é, a criança quando não aceita a diferença de sexo, e embora abordamos o menino, isso serve para a menina, ela se sente castrada e não reconhece a castração, existe o recalque separando o signo do significante e a pessoa ou desloca seu desejo para um fetiche e renega a castração quando adolescente ou retorna para a fase anterior do Édipo, mantendo a célula narcísica, ou assume a identidade da mãe, como a detentora da lei (sadismo) controladora e dona do desejo ou assume a posição masoquista do filho nesta fase, isto é, um objeto a serviço do desejo do outro, um súdito incondicional e goza como tal.

Bibliografia

BLEICHMAR, H., Introdução ao estudo das perversões, teoria do Édipo em Freud e Lacan, tradução Emilia de Oliveira Diehl, Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

CESAROTO E SOUZA LEITE, O que é psicanálise, segunda visão, ed. Brasiliense, 1992.




QUÍMICA DO AMOR

A QUÍMICA DO AMOR ATRAÇÃO – DESEJO SEXUAL

Uma série de estímulos (de olfativos a visuais ,de tácteis à fantasia sexual ) desencadeiam a resposta sexual com todas as alterações fisiológicas normais no corpo.Estes estímulos vão ao cérebro,que os verifica , os controla,os relaciona e através da medula espinhal dá livre acesso à resposta definitiva (ereção,lubrificação vaginal,etc..).
O sistema medular tem autonomia no que se refere aos estímulos genitais diretos (tácteis) e ,como todo ato reflexo,responde quase automaticamente , embora o cérebro possa incrementar ou inibir esta resposta.Vários segmentos da medula espinhal controlam a ereção do pênis e clítoris, a lubrificação vaginal , a ejaculação e parte do orgasmo feminino .


SEXO E EMOÇÃO

Qual a diferença entre sexo e sexualidade?

O sexo é o ato sexual propriamente dito ,sendo um impulso primitivo e a sexualidade é a forma de expressar o ato e a atração sexual,pois a sexualidade está sempre ligada a circuntâncias emocionais , a cultura de cada pessoa ,a educação recebida ,do ambiente que habita,da cultura que o cerca e de sua personalidade.
O chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos,intervém,através do hipotálamo,no desejo,no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual.
O chamado sistema límbico do nosso cérebro discrimina e seleciona os estímulos,reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) inibindo o comportamento sexual.


RAZAO E FANTASIA

A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais,fantasias ,etc) ,como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem.Algumas parte do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais.O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros maior ou menor prazer.
Razão,fantasia,emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano.


A QUÍMICA DO AMOR

Sem dúvida há uma relação importante entre a química,a atração e o desejo sexuais.Algumas substâncias químicas (hormônios e neurotransmissores) são produzidas por nosso corpo em resposta a nossos próprios impulsos internos e a estímulos ambientais.Os hormônios sexuais são agentes químicos secretados pelos testículos e ovários,em conjunto com a supra-renal,e que são encaminhados ao nosso cérebro onde são recebidos por receptores específicos para influir na capacidade de reprodução e no impulso sexual. Os andrógenos (testosterona) ,estrógenos e a progesterona são os principais hormônios ligados as mudanças nos nossos corpos na puberdade e pelas respostas sexuais.

Os fatores genéticos e a produção de hormônios tem um papel determinante na morfologia sexual (características físicas) dos homens e das mulheres e dão um grande número de diferenças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre eles.A identidade do gênero (homem ou mulher), a orientação e as preferências sexuais estão muito condicionadas pelo ambiente sócio-cultural.

A testosterona é o andrógeno ou hormônio sexual masculino mais importante;secretado pelos testículos que produzem e mantém os caracteres sexuais secundários: crescimento e desenvolvimento do pênis,escroto e testículos,barba e pêlos púbicos,alterações nas cordas vocais.Seu nível sanguíneo influi no aumento ou queda da libido(vontade) e do interesse sexual.

Os neurotransmissores ,que são substâncias que interligam os neurônios cerebrais,cumprem uma função indispensável na ativação do impulso sexual,como por exemplo,quando as carícias e beijos levam a lubrificação vaginal e à ereção peniana.


SEXO E PERSONALIDADE

O velho tema de que "todos somos iguais" ,foi substituído pelo "nascemos igualmente diferentes". A personalidade de cada pessoa, seja introvertido (tímido) ou extrovertido, está marcada pela genética que, por sua vez determina sua resposta sexual.Os introvertidos costumam caracterizar-se por retração do impulso sexual.Buscar satisfações solitariamente, seja tocando um instrumento, colecionando obras de arte e muitas vezes a masturbação é frequente. A expressão das emoções costuma ser mais fácil para os extrovertidos, principalmete para os jovens. Os movimentos corporais de exibição, os atos sinuosos da corte amorosa, nas quais os jovens se aproximam e se afastam uns dos outros, constituem uma forma manifesta de excitar o parceiro e levá-lo a uma comunicação mais íntima.

Para os extrovertidos de maneira geral podemos afirmar:
terão relações sexuais mais precocimente,mais variadas e variáveis;
sua frequência será provavelmente maior que nos introvertidos;
é mais provável que pensem e queiram atos sexuais mais persistentemente que os introvertidos;
têm,em geral,uma sexualidade mais "poderosa";
excitam-se sexualmente com mais facilidade;
temem pouco as relações sexuais;
tem pouca dificuldade na expressão de fortes sentimentos sexuais.

O comportamento extrovertido se adapta e é mais apropriado para a juventude.Com o passar da idade e com o amadurecimento sexual ,as diferenças sexuais entre os intro e extrovertidos desaparecem e o desempenho e a satisfação sexual podem ser muito bons,dependendo da cabeça aberta do homem e da mulher,para possíveis mudanças sexuais , sempre para melhor, e como resultado ter uma vida mais prazerosa e feliz.