
O projeto que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria de Fernando Gabeira (PV-RJ), defendendo a legalização da prostituição foi o tema da enquete lançada no sítio do IHU em 06 de novembro de 2007. Sobre a proposta, 47,37% dos entrevistados se posicionaram totalmente favoráveis.
Os internautas que divergiram desta opinião, votando na opção sou totalmente contrário ao projeto, somaram 27,63% dos votos. Os que afirmaram ser parcialmente a favor da proposta totalizaram 17,11% dos participantes. 5,26% dos internautas são parcialmente contra o projeto. Quem não tem opinião formada sobre o assunto ficou na faixa dos 2,63%.
Ao comentar as opiniões, a internauta Neusa afirma que prostituição não é profissão, não é trabalho. “Deveriam fazer um projeto para acabar com a prostituição. Prostituição é a suprema degradação moral de um ser humano. Um dia, talvez daqui a muitos anos, os humanos se horrorizarão ao lembrarem que nesta terra existiram seres que ao invés de lutarem pela

Segundo Ana Formoso, que opinou sobre o tema, a questão é que o projeto não denuncia quem abusa da prostituição, em que condições são obrigadas a viver. “Vocês pensam que todas as mulheres prostitutas fazem porque elas desejam ou existe também uma injustiça econômica ou educacional que leva facilmente a escolher a prostituição como caminho para sobreviver?”, destaca.
Ela enfatiza que o projeto apóia a violência machista utilizando a máscara da defesa da mulher. E que a questão não é a profissão, mas do que continua oculto, ou melhor, o que se pode institucionalizar, porque elas vão ter menos possibilidades ainda de buscar seus direitos.
“Legalizar a prostituição é reconhecer o óbvio. A proibição simplesmente não impede a existência de prostíbulos (como se pode ver, por exemplo, no centro de Porto Alegre), e a falta de amparo legal às prostitutas as leva a ser exploradas e a trabalhar em péssimas condições”, afirmou Jonathan, ao comentar o debate. E destaca: “No ano passado participei de uma pesquisa sobre prostitutas e tive contato com inúmeras mulheres que diziam que gostavam de sua profissão e atuavam nela porque queriam (o que rompe com a imagem idealizada da prostituta que se ‘vende’ porque é pobre ou não tem outras opções de trabalho)”.

Para Jonathan, muitas das mulheres ressaltaram a importância de sua profissão, como atender clientes com deficiências e que, por isto, são impedidos de satisfazer seus desejos sexuais. “No entanto, numa sociedade hipócrita e retrógrada como é o Brasil, temo que a iniciativa de Gabeira não proceda”, conclui.
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